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Essa noite entre devaneios, tive um sonho tão real, que um vírus letal assolou nosso pais, comtemplou um distanciamento social entre os povos dos cinco continentes, e a terra parou, e para evitar a propagação,
houve reclusão, principalmente aos velhos mais propensos a disseminação, e como explicar ao idoso que vivera em sua vida outras epidemias com essa restrição, ruas vazias somente filas em hospitais para cuidar
dos doentes, mortes aconteciam diariamente no mundo todo, se viam pilhas de caixões, algumas vezes tendo que escolher essa opção, viver e morrer era a questão, familiares sem despedir dos entes queridos por eles
amados, crianças proibidas a irem às escolas, jovens as faculdades, pais com raras exceções podiam trabalhar, comercio fechou, supermercados davam o sustento familiar, abraços e apertos de mão proibidos pela
contaminação, a falta de abraço dos pais dos irmãos dos amigos, principalmente o aperto e carinho dos avos, ao neto o beijo e o olhar pela lente do celular, Prefeitos, Governadores e Presidente
através de um decreto ditando a nação e restringindo ao cidadão o que ele podia fazer ou não, como se não houvesse uma constituição, que preza a liberdade de expressão mas privando o direito de
ter uma união, essa pandemia mostrou como somos insignificantes, dependentes da solidão, aos governos que existiam pobres e moradores de rua onde houve a preocupação, e através de um ato magico distribuindo milhões,
como outrora não existisse, a categoria dessa exclusão, sem aval de senadores, deputados e vereadores, onde o rico preso em sua mansão, visse o motoboy, lixeiros, faxineiras, jardineiros, porteiros, heróis como sua solução,
cristãos, ateus, judeus, sem cerimonias, cultos e oblação presos em sua fé ditando em orações, médicos, enfermeiros, agentes de saúde lutando contra um vírus mortal, mesmo com divergências
e confronto de opiniões, nessa guerra não tinham armas contra inimigo, seu receituário era ficar longe do amigo, embora distante um do outro, haviam uma união, na batalha contra o vírus sem tiros de revolver
ou de canhão, humildade e solidariedade sempre com razão, e, no sono mais profundo, veio como alento, a inspiração e versos de Drumont;
E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou,
e agora, José? e agora, você ? você que é sem nome, que zomba dos outros ,você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não
pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?
E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca,
sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio — e agora?
Com a chave na mão quer abrir a porta,
não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais José, e agora? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você
cansasse, se você morresse. Mas, você não morre, você é duro, José! Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha,
pouco tempo depois não havia a disseminação, e povo feliz a sair nas ruas abraçando a multidão. E, já acordado, sentado em meu colchão, me vi em reflexão, precisaríamos passar por tudo isso para
chegar à Perfeição.